Minha mala em momento de descontração pós-retorno pra casa Foto: Fer nanda Lacerda
Quando o mês de setembro chegou, eu comemorei. Vi que o feriado do dia 7 ia cair exatamente numa sexta-feira. Ótima oportunidade para viajar, me divertir, rever pessoas queridas... Marquei no mapa o meu destino: Pará. E lá fui eu e minha mala verde limão.
Sim, eu e minha mala verde. Nada discreta! Adoro ela! Acho que todo mundo tem um objeto pelo qual tem um chamego especial. Eu sou assim com minha mala, afinal é ela quem me acompanha por essas estradas da vida. É nela que carrego meu presente, meu passado, minhas histórias.
Como todo relacionamento afetivo é marcado por bons e maus momentos, eu e mala tivemos nossa primeira separação nessa tal viagem. Mas, não foi por nossa vontade. Planejamos desembarcar na madrugada de quinta-feira (6) no aeroporto de Marabá, de onde partiríamos de carro para Parauapebas, distante dali 160 km.
Que decepção tive ao perceber que minha companheira não estava ali, que alguém tinha desviado seu destino. Tentei manter o controle e seguir viagem sem ela... Nunca imaginei que essa separação poderia ser tão sofrida. Todos os meus planos de diversão foram frustrados. Sem mala, sem roupas, sem calçados... tive que aprender a sobreviver naquele calor com o que tinha: a roupa do corpo e bom humor.
A verdinha só apareceu cinco dias depois. Chegou em casa – no Rio de Janeiro - tarde da noite, acompanhada por um desconhecido. Estava intacta fisicamente, mas tenho certeza que se ela pudesse falar ia dizer que sentiu medo de não me ver mais e de perder a minha companhia nas próximas viagens.
Minha companheira está de volta. Mas, apesar do alívio do seu retorno, fica a revolta e indignação contra quem estragou nossos planos. Os desconhecidos que cruzaram o caminho da minha bagagem carregada de desejos e desviaram seu caminho são da família Gol linhas áreas. Mandaram muito mal.
Mas, há males que vem para o bem, mesmo quando nossas malas vão para Belém. Recebi carinho e solidariedade das pessoas. E percebi que o que importa mesmo nessa vida é plantar bons frutos nos caminhos por onde passamos. São eles que vão nos vestir, nos calçar e nos alimentar quando tudo o mais faltar.