terça-feira, 23 de outubro de 2007

Sobre viver

Homem lavando roupa numa fonte de praça
Foto: Claúdia Sardinha

Eu tenho dificuldade de entender a expressão “morador de rua”, pois se a pessoa não tem onde morar não pode ser considerado um morador. E por outro lado, acho que rua não é lugar pra se morar.

Cá estou eu de novo, andando pela cidade maravilhosa e refletindo sobre suas contradições. Depois de flagrar essa cena eu entendi porque as fontes das praças vivem secas. Quando a água aparece quem não tem onde morar aproveita a oportunidade pra tomar banho, lavar roupa e o que mais necessitar. Nossa peguei pesado... Como assim “o que mais necessitar”, minha filha? Esse povo necessita de tanta coisa!

A solução para o problema dessas pessoas e das suas futuras gerações vão além da minha vã filosofia. Sei que tem algo a ver com políticas públicas, educação e saúde... e talvez, também, possa estar naquelas ações de responsabilidade social que as empresas estão praticando através do terceiro setor.

O irônico disso tudo é a gente avaliar a vida dos outros de longe e dizer que sabe como solucionar os problemas deles. Quando o assunto é “gente” acho que solução “receita de bolo” não costuma ser tão fácil de preparar.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Grande desde pequena

Foto de Alex Redbull - Goiás 2005


Equipe Teleducação - FRM - Rio de Janeiro 2007

Mexendo no meu arquivo de fotos eu encontrei essa imagem. Ela foi registrada durante uma viagem à Cidade de Goiás, também conhecida como “Goiás Velho” (GO).

A fachada da Rádio Cidade de Goiás me fez parar pra ler e reler seu letreiro. Achei incrível! O sonho de todo comunicador: “Acima dos interesses políticos e econômicos, abaixo da vontade de Deus”. Tudo o que a gente acha que vai ser quando sair da faculdade de comunicação, mas nem sempre consegue (dependendo da área de atuação).

Gostei do exemplo dessa rádio. Despertou discussão sobre o assunto entre o grupo de jornalistas e estudantes que estavam lá comigo. Eu fiquei pensando no que estava fazendo da minha carreira e a partir dali idealizei a “comunicação” que eu realmente queria exercer. Tempos depois realizei meu sonho de estudante e estou ajudando a disseminar educação e cidadania através do meu trabalho.

Interessante como um olhar mais atento ao caminho pode mudar nosso destino!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O sofá amarelo

Três mulheres, uma casa e muita amizade


A vida nem sempre é feita de grandes passeios, lindas paisagens e aventuras. Tem dia que ela pede um repouso. E até pra curtir isso a gente tem que saber como. É em momentos como esse que a gente mais aprende o que significam as palavras: dividir, respeito e diferenças.

Lá em casa o sofá amarelo é símbolo do momento repouso. Em dias como esse ele suporta o peso de cada uma por igual. A que senta ali pra se conectar com o mundo; a que confia nele a guarda do seu último brinquedo da infância, - Rodrigo, o boneco de macacão azul- ; a que se sente uma pessoa melhor por poder ter com quem conversar e dividir suas teorias sobre o mundo e as pessoas.

Aposto que se ele pudesse se expressar daria boas risadas e até se emocionaria com nossas conquistas e frustrações. Mas, mesmo não podendo, olho pra ele e percebo seu exemplo de como equilibrar as diferenças, dividir o espaço e respeitar o outro.

A idéia pode até parecer meio maluca, mas prefiro aprender minhas lições de vida assim do que “na dor”.

E como diria meu amigo-irmão Vico: “Que assim seja!”