segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pedra não é obstáculo é caminho




Esse fim de semana saí com meus parceiros de trabalho pra fazer uma reportagem sobre a Cachoeira do Roncador, que fica na cidade de Bananeiras (PB). Com todos os detalhes acertados e cronometrados seguimos viagem...Bom, mas ter tudo planejando não quer dizer que o caminho vai ser trilhado como imaginamos... que as coisas vão acontecer exatamente como e no tempo que imaginamos que tem que acontecer.

Com um destino maravilhoso em vista dividimos a equipe em dois grupos... um que sairia por cima da cachoeira e outro (o meu) por baixo... e assim seguimos viagem ...

Uma parte do trecho precisou ser feito a pé... e andar por entre as trilhas tortuosas, cheias de pedras, raízes, subidas íngremes e descidas escorregadias logo me remeteu aos passos que damos na vida, quando queremos alcançar algum objetivo. Em alguns momentos parei pra pensar onde seria mais seguro dar o próximo passo, noutros contei com uma mão amiga para ajudar na subida ...

Pois é Drummond, tinha uma pedra no meu caminho, também! Mas, eu dei um jeito de não torná-la um obstáculo. Nos momentos em que me vi só surgiram caminhos estreitos, água corrente cortando os lugares por onde eu pensei em pisar, mas segui em frente e assim como na vida, as dificuldades e obstáculos foram vencidos pela força de vontade de simplesmente “chegar lá”.


quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Esperança

("foto" de Fernanda Lacerda)
(foto de Charles Dias)



Na década de 20 um surto de cólera ameaçava a pequena cidade de Esperança (PB). Foi então que a 1ª primeira-dama do município, dona Esther de Oliveira, fez uma promessa a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para que a epidemia se afastasse do povo. Em agradecimento ela ergueria uma capela em sua homenagem em um dos pontos mais altos da cidade.

Nossa Senhora atendeu as orações daquela filha, que cumpriu com sua palavra.

Mais de 80 anos depois Nanda Lá pisa nesse lugar sagrado.

Fiquei meio abestalhada sem saber pra onde olhar primeiro... o que admirar de verdade... o obra do homem para demonstrar sua fé ou para o imenso lajedo, obra de Deus que serviu de base para a capelinha...

Percebi que Deus acreditou no homem antes mesmo dele acreditar em Deus. Por esse solo muitas civilizações se passaram, se criaram... e hoje um povo hospitaleiro vive. São os esperancenses que acreditam que a fé em Deus se constroe até sob os caminhos mais rígidos e tortuosos.

E Nanda Lá segue... com mais fé que antes!!!!

sábado, 6 de setembro de 2008

Olha a feira!!!



Ruas de paralelepípedo, barracas nas calçadas e comércios que vendem de um tudo... roupas, artesanato, utensílios pra casa, produtos elétricos, veterinários, gêneros alimentícios, galinhas...

Longe de ter o talento do poeta Jessier Quirino para descrever as paisagens do interior, fiz a minha breve descrição do que vi na feira livre da cidade de Esperança, Paraíba.

Mas, foi essa cena (foto) a mais atraente. Rumão, um cantador animando o sábado de quem circulava pela feira. De longe deu pra ouvir ele tirando um som da sua gaita... e ao me aproximar ouvi aquela canção que tanto tocou, toca e me irrita ... “na sua boca eu viro fruta/chupa que é de uva/chupa/chupa/chupa...”

Ao observar o senhor que observava Rumão cheguei a ousar adivinhar seu pensamento. Seria algo do tipo: é o que homi???

E antes que esse "original" cantador popular chegasse na parte da letra que diz: “senta que é de menta” fui mimbora!!! Nannnn!!!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Festa no céu


Para desfrutar dessa vista maravilhosa só indo na Fazenda Olha D’água,
mais conhecida como Casa de Cumpade

Em algumas cidades do Nordeste festa junina dura 30 dias. E essa tradição é levada tão a sério que logo nos primeiros dias do mês as pessoas começam a decorar casas, comércios e ruas.

Mesmo estando acostumada com essa tradição me encantei ao ver essa cena (da foto) durante uma ida à Galante, distrito de Campina Grande/PB. O agreste verdinho, mostrando que a safra de milho desse ano vai ser muito boa. As bandeirolas ao vento colorindo o céu lembrando como esse povo é festeiro, alegre e acolhedor.
Como é bom poder estar em "casa" novamente e curtir de novo minhas origens.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O dia em que o Ponto Cem Reis chorou


Difícil falar do meu amigo Fred sem dar boas risadas. Todos os momentos vividos ao lado dele foram engraçados, divertidos, felizes. Ahh!! “danado ruim”, que levava a gente prum mundo paralelo onde a alegria era contagiante. Levei muito tapa na boca de mainha porque repetia as “coisa feia” que ele ensinava... musiquinhas, rimas e piadas.

Hoje Fred deixou esse mundo ... levou com ele minhas palavras ... deixou no peito uma saudade enorme e o pesar de não ter dado tempo de abraçá-lo mais uma vez... a última vez.

Ô meu louco-amigo-querido apesar de tudo de bom que representou na minha vida hoje você me fez chorar... “mas, basta... arxiii... perdoe” eu tenho esse direito.

Você vai fazer falta!
“ih, nêgo!!!!!”

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Flores na janela


Numa grande cidade como o Rio de Janeiro quem não mora de frente pro mar, tem vista para a vida alheia. É interessante como cada quadradinho desses revela um pouco das pessoas que vivem por lá. Ontem mesmo teve futebol na TV. Botafogo x Fluminense. E apesar de não ter acompanhado a partida, sei que o Botafogo andou agradando a torcida. Uma cena meio cômica me chamou a atenção. Vizinhos-torcedores com as cabeças nas janelas gritando: “Fogoooo! Fogoooo!”.

- Que mulesta é isso? Ahh!!! Percebi logo que não era nenhuma tragédia e sim, a comemoração solitária de alguns torcedores. Interessante e ao mesmo tempo triste. Como diria um colega lá da Paraíba: comemoração solitária é o “Ó”. Afinal, felicidade é pra ser dividida.

Por outro lado, acho que o ato de gritar na janela é uma tentativa de partilhar a alegria do gol. Esquisito, porém válido... afinal, rolou um encontrão de torcedores ... cada um na sua janela, curtindo a seu modo e pronto.

E isso me fez pensar que posso estar sendo observada também.
– O que é? Perdeu alguma coisa aqui???
(risos) Não, eu não gritei na janela... pelo contrário. Coloquei ao alcance da vista dos observadores a essência da alegria dessa casa: flores. Desde que estou morando aqui aprendi que as flores são um presente de Deus para nós e que tê-las pela casa faz bem aos olhos e ao espírito. Por isso, caros telespec... ops... vizinhos as flores na janela são para ser observadas e admiradas.

Numa grande cidade como o Rio de Janeiro que não mora de frente pro mar, tem vista pra vida alheia. Do meu quadradinho ofereço flores para quem me observa e sou obrigada a ouvir o berro dos botafoguenses.

– Fala sério, que mane fogo que nada. Time é o Papão da Curuzú. Uhuuu!! Papããão ê ô! (risos) Não, não promovi uma briga de torcidas... mas, que deu vontade, deu!!!

Papããão ê ô!
Papããão ê ô!
Papããão ê ô!

sábado, 12 de abril de 2008

Dor


Difícil passar por essa vida sem sentir dor. Física ou emocional ela sempre machuca muito. Dizem que dor faz a gente amadurecer, crescer... Num sei disso, não! Aliás, não gosto disso... costumo dizer que prefiro aprender minhas lições na vida pelo amor. E pra isso tento sempre fazer minha parte. Mas nem sempre é possível levá-la como se quer.

Topada, beliscão, tapa, soco... mentira, traição, solidão... tudo isso acontece e dói, e infelizmente não tem como escolher não sentir. A vida obriga a gente a passar por essas dores e a lidar com elas. Nos últimos dias as minhas estão machucando, me dando sinal de que algo não está bem e que preciso me cuidar melhor.

“Que assim seja”, como diria meu grande amigo Vico. Sinto que tenho que pisar mais leve e rever os caminhos por onde tenho andando.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

SobreVoar


E eu lá tenho vergonha de ser matuta! Oxi, mais menino, só se for eu mesma. Tirei foto da janela do avião, sim. Essa cena sempre me encantou. É ótimo poder ver de um outro ângulo as nuvens que me encantavam nas viagens de carro quando era criança.


Eu via bicinhos, anjinhos e até o rosto de Jesus desenhados nelas. Adorava admirar as nuvens e ficava tentando imaginar o que tinha à cima delas e se era possível tocá-las. Que bom que meus pais nunca disseram que não. De repente me deixo levar pela criança de ontem e começo a procurar os personagens da minha imaginação entre elas.

A vida é mesmo engraçada e surpreendente. Ao me deparar com as coisas que me faziam sonhar eu encontro a pessoa que sou hoje sorrindo e pensando: "Nossa, olha só onde eu cheguei. Voei tão alto que fiquei da altura dos meus sonhos". Bateu uma sensação boa de realização.

Uma ótima maneira de encerrar o ano e começar 2008 olhando pra frente enxergando os sonhos que já começo a sonhar e desejando vê-los alcançados.


Melhor do que isso só os abraços que estavam me esperando no fim dessa viagem.